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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Petrobras divulga reajuste no preço dos combustíveis



A Petrobras informou, por meio de Fato Relevante enviado ao mercado, que em Conselho de Administração realizado no último dia 29 de novembro foi aprovada a implementação de sua política de preços de diesel e gasolina. Os reajustes foram de 4% para gasolina A e de 8% para o diesel e passaram a vigorar a partir da 0:00h do último sábado (30/11/2013).

De acordo com a estatal, a referida política de “assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 em até 24 meses” e “alcançar, em prazo compatível, a convergência dos preços no Brasil com as referências internacionais”.

Vale ressaltar que a expectativa do mercado era, em média, de altas em 5% e 10%, respectivamente. Com isso, neste momento (11h46) as ações ON e PN da Petrobras recuam 8,13% e 6,49%, respectivamente.

OPINIÃO
Um novo aumento da gasolina e do óleo diesel ainda esse ano era realmente inevitável dada a urgência da Petrobras. Lembramos que a área de Abastecimento teve prejuízo de R$ 12,3 bilhões nos 9M13, praticamente anulando 40% do lucro de R$ 30,5 bilhões do E & P no período, sobretudo pela importação de derivados a preços maiores do que aqueles praticados internamente, cujos efeitos negativos foram potencializados quando da alta do Brent e da taxa de câmbio.

Os reajustes vieram dentro do que esperávamos, abaixo de 10%, uma vez que o Governo tem demonstrado preocupação em que a inflação neste ano pré-eleitoral não ultrapasse à registrada no ano passado, que foi de 5,8%.

Cabe observamos que nos últimos anos a inflação tem ficado bem acima do centro da meta de 4,5% a.a., mas os combustíveis não contribuíram para isso, uma vez que os reajustes não chegaram ao consumidor porque o Governo utilizava-se da CIDE.

Mantido inalterado desde o início do atual Governo, o preço da gasolina foi reajustado em 6,6%, no dia 30 de janeiro, agora com impacto para o consumidor, uma vez que o mecanismo da CIDE acabou se esgotando. Já o diesel teve no mesmo dia aumento de 5,4% e outro de 6% em 6 de março.

Entretanto, esses aumentos foram insuficientes para cobrir a diferença entre os preços desses combustíveis aos do mercado internacional. Estima-se, que atualmente, essa defasagem está em torno de 15% para gasolina e em 20% para o diesel.

O mais frustrante, contudo, é que não houve avanço quanto à clareza e previsibilidade da política de reajustes de preços da Petrobras, cujos parâmetros não serão divulgados por recomendação do Conselho de Administração, a quem compete avaliá-la.

Não ficou claro se a metodologia aplicada é a mesma que vinha sendo negociada com o Governo ou sofreu alterações, sendo acertada outra fórmula ou, até mesmo, permaneceu como era antes.

Fica até a impressão de que foi dito que há uma nova política como uma saída diplomática para parecer que não houve vencidos na questão travada entre a direção da Companhia e o Governo, representado no Conselho de Administração, pelo Ministro da Fazenda.

Note-se que foi traçada uma meta de mais dois anos para que os indicadores de alavancagem retornem aos limites estabelecidos, conjugando crescimento da produção e reajustes de preços.

Aqui outra dúvida: se haverá algum limite ou inibidor para aumento de preços, mesmo existindo descolagem com os preços internacionais, diante de um crescimento mais expressivo da produção, o que ajudaria a reduzir as importações. Isso poderia significar uma limitação ao crescimento futuro dos lucros da companhia.

Além das incertezas, a situação como está prejudica a própria petrolífera e seus acionistas minoritários, além de seguir afetando a formação de preço de outro combustível, o etanol.

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